Majjhima Nikaya 66
Latukikopama Sutta
O Símile da Codorna
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1. Assimouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava entre os Anguttarapas numa cidadedenominada Apana.
2. Então,ao amanhecer, o Abençoado se vestiu e tomando a tigela e o manto externo, foipara Apana para esmolar alimentos. Depois de haver esmolado em Apana e de haverretornado, após a refeição ele foi até um certo bosque para passar o resto dodia. Tendo entrado no bosque, ele sentou à sombra de uma árvore.
3. Aoamanhecer, o venerável Udayin se vestiu e tomando a tigela e o manto externo,ele também foi para Apana para esmolar alimentos. Depois de haver esmolado emApana e de haver retornado, após a refeição ele foi até o mesmo bosque parapassar o resto do dia. Tendo entrado no bosque, ele sentou à sombra de uma árvore.
4. Então,enquanto o venerável Udayin estava só em meditação, o seguinte pensamento lheocorreu: De quantos estados aflitivoso Abençoado nos libertou! Quantos estados prazerosos o Abençoado nos trouxe! Dequantos estados prejudiciais o Abençoado nos libertou! Quantos estados benéficoso Abençoado nos trouxe!
5. Então,ao anoitecer, o venerável Udayin se levantou da meditação e foi até o Abençoadoe depois de cumprimentá-lo sentou a um lado e disse:
6. Aqui, venerável senhor, enquanto eu estava só em meditação, oseguinte pensamento me ocorreu: Dequantos estados aflitivos o Abençoado nos libertou! … Quantos estadosbenéficos o Abençoado nos trouxe! Venerável senhor, no passado costumávamoscomer à noite, pela manhã e durante o dia, fora do horário apropriado. Então,houve uma ocasião em que o Abençoado se dirigiu aos bhikkhus da seguinte forma:Bhikkhus por favor abandonem essa refeição durante o dia, fora do horárioapropriado. [1] Venerável senhor, eu fiqueipreocupado e triste, pensando: Chefes de Família dedicados nos dão bonsalimentos de vários tipos durante o dia, fora do horário apropriado, noentanto, o Abençoado nos diz para abandonar isso, o Sublime nos diz pararenunciar a isso. Com base no amor e respeito pelo Abençoado e pelo temor evergonha de cometer uma transgressão, nós abandonamos aquela refeição durante odia, fora do horário apropriado.
Entãoapenas comíamos à noite e pela manhã. Então houve uma ocasião em que oAbençoado se dirigiu aos bhikkhus da seguinte forma: Bhikkhus por favorabandonem essa refeição noturna, que está fora do horário apropriado.Venerável senhor, eu fiquei preocupado e triste, pensando: O Abençoado nos dizpara abandonar a mais suntuosa dentre as nossas duas refeições, o Sublime nosdiz para renunciá-la. Certa vez, venerável senhor, um certo homem haviaganhado um tanto de sopa durante o dia e ele disse: Coloquemos isso de ladopara que comamos juntos à noite. [Quase] toda cocção é feita à noite, poucadurante o dia. Com base no amor e respeito pelo Abençoado e pelo temor evergonha de cometer uma transgressão, nós abandonamos aquela refeição à noitefora do horário apropriado.
Jáaconteceu, venerável senhor, que bhikkhus perambulando por alimentos no negrumeda noite acabaram caindo numa fossa, num esgoto, se meteram num arbustoespinhoso e tropeçaram numa vaca dormente; eles encontraram criminosos que jáhaviam cometido crime e aqueles que estavam planejando cometê-lo, e eles foramseduzidos por mulheres. Certa vez, venerável senhor, eu fui perambular poralimentos no negrume da noite. Uma mulher lavando um pote me viu através doclarão de um relâmpago e gritou horrorizada: Piedade, o diabo veio me buscar!Eu lhe disse: Irmã, eu não sou o diabo, eu sou um bhikkhu perambulando poralimentos Então é um bhikkhu cuja mãe e pai faleceram! [2]Melhor, bhikkhu, que você tenha a sua barriga cortada por umafaca afiada de açougueiro do que essa ronda por esmolas no negrume da noite embenefício da sua barriga! Venerável senhor, quando recordo disso eu penso: Dequantos estados aflitivos o Abençoado nos libertou! Quantos estados prazerososo Abençoado nos trouxe! De quantos estados prejudiciais o Abençoado noslibertou! Quantos estados benéficos o Abençoado nos trouxe!
7. Damesma forma, Udayin, aqui há certos homens tolos e quando lhes digo, Abandonemisso, dizem: O quê, essa mera trivialidade, uma coisa tão insignificante comoessa? Esse contemplativo é exigente demais! E eles não abandonam isso, eles demonstramdescortesia em relação a mim bem como em relação àqueles bhikkhus que desejamser treinados. Para eles, essa coisa se torna um atilho forte, grosso, durávele resistente, e um grilhão pesado.
8.Suponha, Udayin, que uma codorna estivesse atada por uma trepadeira apodrecida edevido a isso ela pudesse esperar uma lesão, cativeiro ou morte. Agora suponhaque alguém dissesse: A trepadeira apodrecida pela qual essa codorna está atada,sendo que por causa dela ela pode esperar uma lesão, cativeiro ou morte, é paraela um atilho débil, fraco, podrido e vazio. Ele estaria falandocorretamente?
Não,venerável senhor. Pois, para aquela codorna, a trepadeira apodrecida pela qual elaestá atada, sendo que por causa dela ela pode esperar uma lesão, cativeiro oumorte, é um atilho forte, grosso, durável e resistente, e um grilhão pesado.
Da mesmaforma, Udayin, aqui há certos homens tolos e quando lhes digo Abandonem isso, … não abandonam, eles demonstramdescortesia em relação a mim bem como em relação àqueles bhikkhus que desejamser treinados. Para eles, essa coisa se torna um atilho forte, grosso, durávele resistente e um grilhão pesado.
9. Udayin,aqui há certos membros de clãs e quando lhes digo Abandonem isso, dizem: Oquê, essa mera trivialidade, uma coisa tão insignificante como essa o Abençoadonos diz para abandonar, o Sublime nos diz para renunciar. No entanto, elesabandonam isso e não demonstram descortesia em relação a mim, nem em relaçãoàqueles bhikkhus que desejam ser treinados. Ao abandonar isso, vivem em paz,serenos, subsistindo daquilo que os outros dão, permanecendo com a mente[desapegada] como um gamo selvagem. Para eles, essa coisa se torna um atilhodébil, fraco, podrido e vazio.
10.Suponha, Udayin, que um elefante real com as presas tão longas quanto os eixosde uma carruagem, maduro em tamanho, com bom pedigree e acostumado às batalhas,fosse atado com fortes correias de couro, mas que só com uma pequena torcida docorpo ele pudesse romper e arrebentar as correias e depois pudesse ir aonde eledesejasse. Agora, suponha que alguém dissesse: As fortes correias de couropelas quais este elefante real está atado … são para ele um atilho forte,grosso, durável e resistente, e um grilhão pesado. Ele estaria falando daforma correta?
Não,venerável senhor. As fortes correias de couro pelas quais aquele elefante realestá atado e que só com uma pequena torcida do corpo ele poderia rompê-las earrebentá-las e depois poderia ir aonde ele desejasse, são para ele um atilhodébil, fraco, podrido e vazio.
Da mesmaforma, Udayin, aqui há certos membros de clãs, e quando lhes digo Abandonemisso, … abandonam isso, eles não demonstram descortesia em relação a mim, nemem relação àqueles bhikkhus que desejam ser treinados. Ao abandonar
11.Suponha, Udayin, que houvesse um homem pobre, sem dinheiro, destituído e queele tivesse uma cabana dilapidada aberta aos corvos, não do melhor tipo, e umestrado trançado dilapidado, não do melhor tipo, e um pouco de grãos e sementesde abóbora num pote, não do melhor tipo, e uma bruxa como esposa, não do melhortipo. Pode ser que ele visse um bhikkhu num parque dum monastério sentado àsombra de uma árvore, com as mãos e os pés bem lavados depois de ter comido umarefeição deliciosa, dedicando-se à mente superior. Ele poderia pensar: Queprazerosa é a situação daquele contemplativo! Que saudável é a situação daquelecontemplativo! Se eu pudesse raspar o meu cabelo e barba, vestir o manto de corocre e deixar a vida em família para seguir a vida santa! Mas sendo incapaz deabandonar a sua cabana dilapidada aberta aos corvos, não do melhor tipo, incapaz deabandonar oseu estrado trançado dilapidado, não do melhor tipo, incapaz deabandonar o seu pouco de grãos esementes de abóbora num pote, não do melhor tipo, incapaz deabandonar a sua bruxa como esposa,não do melhor tipo, ele é incapaz de raspar o cabelo e barba, vestir o manto decor ocre e deixar a vida em família para seguir a vida santa. Agora, suponhaque alguém dissesse: Os atilhos pelos quais aquele homem está atado, de modoque ele não é capaz de abandonar a sua cabana dilapidada … e a sua bruxa comoesposa, não do melhor tipo, e de raspar o cabelo e barba, vestir o manto de corocre e deixar a vida em família para seguir a vida santa para ele, eles sãoum atilho débil, fraco, podrido e vazio. Ele estaria falando da formacorreta?
Não, venerávelsenhor. Os atilhos pelos quais aquele homem está atado, de modo que ele não écapaz de abandonar a sua cabana dilapidada … e a sua bruxa como esposa, nãodo melhor tipo, e de raspar o cabelo e barba, vestir o manto de cor ocre edeixar a vida em família para seguir a vida santa para ele, eles são umatilho forte, grosso, durável e resistente, e um grilhão pesado.
Da mesmaforma, Udayin, aqui há certos homens tolos e quando lhes digo Abandonem isso,… não abandonam, eles demonstram descortesia em relação a mim bem como emrelação àqueles bhikkhus que desejam ser treinados. Para eles, essa coisa setorna um atilho forte, grosso, durável e resistente, e um grilhão pesado.
12.Suponha, Udayin, que houvesse um rico chefe de familia ou filho de um chefe defamilia, com grande riqueza e posses, com uma grande quantidade de barras deouro, uma grande quantidade de celeiros, uma grande quantidade de campos, umagrande extensão de terras, inúmeras esposas e uma grande quantidade de escravose escravas. Pode ser que ele visse um bhikkhu num parque dum monastério sentadoà sombra de uma árvore, com as mãos e os pés bem lavados depois de ter comidouma refeição deliciosa, dedicando-se à mente superior. Ele poderia pensar: Queprazerosa é a situação daquele contemplativo! Que saudável é a situação daquelecontemplativo! Se eu pudesse raspar o meu cabelo e barba, vestir o manto de corocre e deixar a vida em família para seguir a vida santa! E sendo capaz deabandonar as suas inúmeras barras de ouro, abandonar os seus inúmeros celeiros, abandonar os seusinúmeros campos, abandonar a sua grande extensão de terras, abandonar as suas inúmeras esposas e abandonar osseus inúmeros escravos e escravas, ele é capaz de raspar o seu cabelo e barba,vestir o manto de cor ocre e deixar a vida em família para seguir a vida santa.Agora, suponha que alguém dissesse: Os atilhos pelos quais aquele homem estáatado, de modo que ele é capaz de abandonar as suas inúmeras barras de ouro …os seus inúmeros escravos e escravas, e raspar o seu cabelo e barba, vestir o mantode cor ocre e deixar a vida em família para seguir a vida santa – para ele,eles são um atilho forte, grosso, durável e resistente. Ele estaria falando daforma correta?
Não,venerável senhor. Os atilhos pelos quais aquele homem está atado, de modo queele é capaz de abandonar as suas inúmeras barras de ouro … os seus inúmerosescravos e escravas, e raspar o seu cabelo e barba, vestir o manto de cor ocree deixar a vida em família para seguir a vida santa – para ele, eles são umatilho débil, fraco, podrido e vazio.
Da mesmaforma, Udayin, aqui há certos membros de clãs, e quando lhes digo Abandonemisso, … abandonam isso, eles não demonstram descortesia em relação a mim, nemem relação àqueles bhikkhus que desejam ser treinados. Ao abandonar isso, vivemem paz, serenos, subsistindo daquilo que os outros dão, permanecendo com amente [desapegada] como um gamo selvagem. Para eles, essa coisa se torna um atilhodébil, fraco, podrido e vazio.
13. Udayin,existem quatro tipos de pessoas que podem ser encontradas no mundo. Quaisquatro?[3]
14. Aqui, Udayin, certa pessoa pratica o caminho para o abandono dasaquisições, para a renúncia às aquisições. [4] Enquantoela está assim praticando, memórias e intenções associadas com as aquisições aincomodam. Ela as tolera; ela não as abandona, não as remove, não as elimina enão as aniquila. Tal pessoa eu chamo de presa por grilhões, não livre degrilhões. Por que isso? Porque eu conheço a diversidade particular dasfaculdades nessa pessoa.
15. Aqui,Udayin, certa pessoa pratica o caminho para o abandono das aquisições para arenúncia às aquisições. Enquanto ela está assim praticando, memórias e intençõesassociadas com as aquisições a incomodam. Ela não as tolera; ela as abandona,remove, elimina e aniquila. Tal pessoa também, eu chamo de presa por grilhões,não livre de grilhões. Por que isso? Porque eu conheço a diversidade particulardas faculdades nessa pessoa.[5]
16. Aqui, Udayin, certa pessoa pratica ocaminho para o abandono das aquisições para a renúncia às aquisições. Enquantoela está assim praticando, memórias e intenções associadas com as aquisições aincomodam de vez em quando devido a lapsos na atenção plena. A sua atençãoplena pode ser lenta no seu surgimento, mas ela rapidamente as abandona,remove, elimina e aniquila. [6] Como se umhomem deixasse cair duas ou três gotas d’água sobre uma chapa de ferro aquecidadurante todo um dia, a queda das gotas poderia ser lenta mas elas sevaporizariam rapidamente e desapareceriam. Da mesma forma, aqui certa pessoapratica o caminho … A sua atenção plena pode ser lenta no seu surgimento, masela rapidamente as abandona, remove, elimina e aniquila. Tal pessoa eu tambémchamo de presa por grilhões, não livre de grilhões. Por que isso? Porque euconheço a diversidade particular das faculdades nessa pessoa.
17. Aqui, Udayin, certa pessoa, tendo compreendido que as aquisiçõessão a raiz do sofrimento, se livra das aquisições e é libertada através dadestruição das aquisições. Tal pessoa eu chamo de livre de grilhões e não presapor grilhões.[7] Por que isso? Porque euconheço a diversidade particular das faculdades nessa pessoa.
18.Existem, Udayin, esses cinco elementos do prazer sensual. Quais cinco? Formasconscientizadas através do olho que são desejáveis, agradáveis e fáceis de seremgostadas, conectadas com o desejo sensual e que provocam a cobiça. Sonsconscientizados através do ouvido … Aromas conscientizados através do nariz … Saboresconscientizados através da língua … Tangíveis conscientizados através do corpo que sãodesejáveis, agradáveis e fáceis de serem gostados, conectados com o desejosensual e que provocam a cobiça. Esses são os cinco elementos do prazersensual.
19. Agora,Udayin, o prazer e a alegria que surge na dependência desses cinco elementos doprazer sensual é chamado de prazer sensual um prazer baixo, um prazergrosseiro, um prazer ignóbil. Eu digo desse tipo de prazer que não deve serbuscado, não deve ser desenvolvido, não deve ser cultivado e que deve sertemido.
20. Agora, Udayin, afastado dos prazeres sensuais, afastado dasqualidades não hábeis, um bhikkhu entra e permanece no primeiro jhana …abandonando o pensamento aplicado e sustentado, um bhikkhu entra e permanece nosegundo jhana … abandonando o êxtase … um bhikkhu entra e permaneceno terceiro jhana … com o completo desaparecimento da felicidade … umbhikkhu entra e permanece no quarto jhana…
21. Isto é chamado de felicidade da renúncia, a felicidade do afastamento,a felicidade da paz, a felicidade da iluminação. [8]
22. Aqui,Udayin, afastado dos prazeres sensuais, afastado das qualidades não hábeis, umbhikkhu entra e permanece no primeiro jhana … Agora isso, eu digo, faz partedo perturbável. [9] E nisso, o que faz partedo perturbável? O pensamento aplicado e sustentado que ainda não cessou, isso éo que faz parte do perturbável.
23. Aqui,Udayin, abandonando o pensamento aplicado e sustentado, um bhikkhu entra epermanece no segundo jhana … Agora isto, eu digo, também faz parte doperturbável. E nisso, o que faz parte do perturbável? O êxtase e a felicidadeque ainda não cessaram, isso é o que faz parte do perturbável.
24. Aqui,Udayin, abandonando o êxtase … um bhikkhu entra e permanece noterceiro jhana … Agora isto, eu digo, também faz parte do perturbável. Enisso, o que faz parte do perturbável? A equanimidade e a felicidade que aindanão cessaram, isso é o que faz parte do perturbável.
25. Aqui,Udayin, com o completo desaparecimento da felicidade … um bhikkhu entra epermanece no quarto jhana … Agora isto, eu digo, faz parte do imperturbável.
26. Aqui, Udayin, afastado dos prazeres sensuais, afastado dasqualidades não hábeis, um bhikkhu entra e permanece no primeiro jhana … Isso,eu digo, não é o bastante. [10] Abandoneisso, eu digo; supere isso, eu digo. E o que supera isso?
27. Aqui,Udayin, abandonando o pensamento aplicado e sustentado, um bhikkhu entra epermanece no segundo jhana … Isso supera aquilo. Mas isso também, eu digo,não é o bastante. Abandone isso, eu digo; supere isso, eu digo. E o que superaisso?
28. Aqui, Udayin,abandonando o êxtase … um bhikkhu entra e permanece no terceiro jhana… Isso supera aquilo. Mas isso também, eu digo, não é o bastante. Abandoneisso, eu digo; supere isso, eu digo. E o que supera isso?
29. Aqui,Udayin, com o completo desaparecimento da felicidade … um bhikkhu entra epermanece no quarto jhana … Isso supera aquilo. Mas isso também, eu digo, nãoé o bastante. Abandone isso, eu digo; supere isso, eu digo. E o que superaisso?
30. Aqui,Udayin, com a completa superação das percepções da forma, com o desaparecimentodas percepções do contato sensorial, sem dar atenção às percepções dadiversidade, consciente de que o espaço é infinito, um bhikkhu entra epermanece na base do espaço infinito. Isso supera aquilo. Mas isso também, eudigo, não é o bastante. Abandone isso, eu digo; supere isso, eu digo. E o quesupera isso?
31. Aqui,Udayin, com a completa superação da base do espaço infinito, consciente de quea consciência é infinita,’ um bhikkhu entra e permanece na base da consciênciainfinita. Isso supera aquilo. Mas isso também, eu digo, não é o bastante.Abandone isso, eu digo; supere isso, eu digo. E o que supera isso?
32. Aqui,Udayin, com a completa superação da base da consciência infinita, consciente deque não há nada,’ um bhikkhu entra e permanece na base do nada. Isso superaaquilo. Mas isso também, eu digo, não é o bastante. Abandone isso, eu digo;supere isso, eu digo. E o que supera isso?
33. Aqui,Udayin, com a completa superação da base do nada, um bhikkhu entra e permanecena base da nem percepção, nem não percepção. Isso supera aquilo. Mas issotambém, eu digo, não é o bastante. Abandone isso, eu digo; supere isso, eudigo. E o que supera isso?
34. Aqui,Udayin, com a completa superação da base da nem percepção, nem não percepção,um bhikkhu entra e permanece na cessação da percepção e sensação. [
Não,venerável senhor.
Isso foi oque disse o Abençoado. O venerável Udayin ficou satisfeito e contente com aspalavras do Abençoado.
Notas:
[1] Este trecho e mais o que segue dão aimpressão de que o Buda restringiu o horário permitido para as refeições dosbhikkhus em dois estágios sucessivos, primeiro proibindo apenas a refeição datarde e permitindo uma refeição à noite. No entanto, no relato contido noVinaya não há nenhuma menção a essa proibição sucessiva. Ao contrário, o textoparece assumir ser de conhecimento público que os bhikkhus não devem consumiralimentos depois do meio dia e mostra o Buda estabelecendo a regra contra asrefeições fora do horário adequado através de um pronunciamento válido paratodas as refeições após o meio dia. [Retorna]
[2] MA explica: Se a mãe ou o pai estivessem vivos,eles proveriam os filhos com vários tipos de alimentos e ofereceriam um leitopara dormir e assim ele não teria que perambular por comida à noite. [
[3] MA: O Buda emprega este ensinamento para analisara pessoa que abandona aquilo que lhe dizem para abandonar (verso 9) em quatrotipos distintos de indivíduos.[Retorna]
[4] Upadhi. MA explica: Para o abandonode quatro tipos de upadhi os agregados, contaminações, formaçõesvolitivas e elementos do prazer sensual (khandh’upadhi kiles’ upadhiabhisankhar’ upadhi kamagun’ upadhi). [Retorna]
[5] MA: A pessoa comum, aquele que entrou nacorrenteza, aquele que retorna uma vez e aquele que não retorna, podem todosser incluídos sob a primeira categoria (verso 14); aquele que não retorna,porque o desejo por existir ainda existe nele e portanto, de vez em quando elepode se deliciar com os pensamentos dos prazeres mundanos. Os mesmos quatropodem ser incluídos na segunda categoria (verso 15), a pessoa comum, porque elapode suprimir as contaminações que surgiram, despertar a energia, desenvolver oinsight e erradicar as contaminações ao alcançar o caminho supramundano. [
[6] Este tipo se distingue do tipo anteriorapenas pela sua lentidão em despertar a atenção plena para abandonar ascontaminações que já surgiram. [Retorna]
[7] Este é o arahant, que sozinho erradicoutodos os grilhões. [Retorna]
[8] MA explica os jhanas como nekkhammasukhaporque eles produzem a felicidade da renúncia aos prazeres sensuais; como pavivekasukhaporque eles produzem a felicidade de estar afastado da multidão e dascontaminações; como upasamasukha porque a sua felicidade tem o propósitode acalmar as contaminações; e como sambodhasukha porque a suafelicidade tem o propósito de alcançar a iluminação. Os jhanas em si, é óbvio,não são estados de iluminação.
Ajaan Brahm explica que ao empregar o termo sambodhasukha o Buda está indicando que os jhanas proporcionam um tipo de felicidade que tem uma grande proximidade com o tipo de felicidade experimentada com a iluminação. [Retorna]
[9] Todos os estados mentais abaixo do quartojhana são classificados como o perturbável (injita). O quarto jhana etodos os demais estados mais elevados são chamados o imperturbável (aninjita).Veja o MN 105 nota 6. [Retorna]
[10] MA: Não é apropriado apegar-se a issoatravés do desejo, e a pessoa não deveria parar neste ponto. [Retorna]
[11] A cessação da percepção e sensação não ésó uma realização mais elevada ao longo da escala de concentração, mas aquiimplica o completo desenvolvimento do insight conduzido ao seu climax no estadode arahant. [Retorna]